O mesmo Adriano...

O texto reproduzido abaixo é de dois anos atrás e ainda parece atual. Hoje, esse jogador precisa não de carinho nem de punição e sim de tratamento.

Acreditar pra quê?

O São Paulo arriscou e se deu mal. Adriano, o Imperador, não rende muito dentro do campo. Fora de campo, ele rende até demais. Rende manchetes de jornais. Publicidade negativa. O Imperador culpou a imprensa na última sexta-feira. Concordo com ele, é a imprensa que não joga nada, que perde gols, que não respeita as normas do clube. A imprensa é um péssimo atacante.

Eu confesso que achei que Adriano fosse dar certo no futebol brasileiro. Fiquei com um pé atrás, mas me rendi ao talento que eu achava que ele tinha. Errei feio. Muitos erraram também. Fico feliz de não ter errado sozinho.

A última de Adriano foi ter chegado atrasado no treino da quinta-feira passada, ter saído mais cedo e ainda de quebra ter tentado agredir um fotógrafo. Que beleza, hein? Na coletiva de sexta-feira passada ele culpou a imprensa por essa má fase toda e mencionou que ninguém irá conseguir tirar o seu título de “Imperador”.

É difícil isso acontecer, mas o São Paulo errou em apostar na recuperação desse jogador, que não joga bem desde o primeiro semestre de 2006. Tempo demais para um jogador que se julgue de alto nível. A sorte de Adriano é que o São Paulo caminha razoavelmente bem. Hoje é o quarto colocado do Paulistão e deve se classificar com facilidade para a próxima fase da Libertadores com ou sem ajuda do Adriano.

Na semana passada os dirigentes são-paulinos devem ter cogitado devolver o Imperador à Inter de Milão. Pensaram muito. E decidiram dar mais uma chance para Adriano mostrar o que sabe. Eu discordo desse termo “mostrar o que sabe”. Acho que superestimamos Adriano. É um jogador alto e forte com uma bomba na perna esquerda. Só isso. Nada de craque. E, ainda por cima, ele nem tem muita vontade de jogar e de dar a volta por cima. Ele tem mais vontade de badalar na noite paulistana.

Desisti de acreditar em qualquer tipo de recuperação deste jogador. A carreira dele deve se resumir a voltar à Itália e dalí ser vendido para o Leste Europeu ou o Japão. Quem sabe jogar na Arábia. Triste fim para quem um dia nos enganou. Triste fim para quem um dia nos encheu de esperança para uma Copa do Mundo. Culpa minha. Culpa sua. Culpa da imprensa.