sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Rio 2016: Até que ponto isso é bom?

Longe de ter sido contra a candidatura do Rio de Janeiro para ser a sede das Olimpíadas de 2016. Longe, também, de ter feito campanha em favor da cidade brasileira. Apenas acompanhei de longe, sem saber de fato se isso é bom ou ruim. Talvez seja esse o sentimento de quem tem consciência que os malefícios podem sobrepor os benefícios, mas também tem a certeza de que o povo brasileiro merece uma festa dessas.

No mais antigo debate entre razão e emoção, não há como se isolar em apenas um fator. Só se isola quem é ingênuo demais ou quem tem interesse no fracasso. Infelizmente foi assim que agiram alguns jornalistas. Uns torciam descaradamente contra a vitória do Rio, para um fracasso do governo Lula. E outros não escondiam a emoção do desejo de ver mais um evento de grande porte no Brasil. Poucos foram aqueles que colocavam os prós e contras, torcendo para que uma decisão acertada seja tomada.

A esperança pode ser a palavra-chave para um possível sucesso do Brasil nas Olimpíadas da próxima década. O Pan, que fora realizado na mesma cidade maravilhosa, trouxe, pelo menos é isso que os próprios brasileiros esperam, uma lição para os seus organizadores. Lógico que o Pan foi um teste e que esse teste foi válido. No entanto, foi dinheiro demais e o tal legado que pregaram tanto foi esquecido. Por isso, esperança é o que resta ao povo brasileiro, sem deixar de cobrar dos governantes para que a enorme quantidade de dinheiro investido não se dilua tão rapidamente.

Não tem como negar que o vídeo da campanha do Rio teve um apelo muito forte. Cores, povo, mistura, amor, alegria e todo esse blá-blá-blá que contagia de forma instantânea aqueles que são frios. Ponto para a enorme delegação brasileira. Até Paulo Coelho estava lá na Dinamarca nos representando. Os projetos estruturais são possíveis e solucionam os problemas da cidade. Mas não há um projeto do esporte em si. O que a gente pode perceber é que na decisão das Olimpíadas de 2016 o esporte foi deixado de lado. Foi analisado economia, a decisão teve muito de política, mas esporte não teve tanto peso assim. E o Brasil tem sete anos para repensar o esporte. Essa sim é uma missão difícil. Afinal, a parte mais importante dos Jogos Olímpicos é o esporte. Ou pelo menos deveria ser.

E tomara que o exemplo de Barcelona seja levado em conta pelos responsáveis por esse evento. A Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 podem representar uma mudança na forma que o dinheiro público é tratado no Brasil. As prioridades e os investimentos poderão ser bem enumerados. Ou não. Na pior das hipóteses, a gente vai fazer uma grande festa. E pagar por isso pelo resto da vida.

Um comentário:

Felipe Macedo disse...

bom texto, tenho opniao parecida..

flw